Ivan Drummond
Ivan Drummond
Repóter de Polícia e Esportes. Participei da cobertura e sete edições dos Jogos Olímpicos, Cobertura Copa do Mundo. Ganhador de dois Prêmios "Esso", em 1985 e 1987. Ganhador Prêmio Nacional Petrobras, com a série de matérias "Hilda Furacão"
HISTÓRIAS DO ESPORTE

Até quando?

A situação do nosso futebol é ridícula. Uma Seleção sem estrelas, sem jogadores decisivos, sem futebol

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Não estou falando de política, desses grupos que comandam o país, todos, e que não se preocupam com a educação. Até porque, assim, fica fácil manipular a população, como acontece hoje.

Não estou falando de economia, desse monte de projetos, propostas, que só servem para minar a vida do trabalhador, mais e mais a cada dia.

Não estou falando de violência, desse crescimento da criminalidade, dos grupos que a cada dia mais comandam drogas, são responsáveis por um grande número de assassinatos, e que cada dia mais invadem cidades e comandam o crime. E ninguém faz nada.

Estou falando daquilo que era quase uma religião para o brasileiro: o futebol. Isso mesmo. Hoje é dia de jogo da Seleção Brasileira, que enfrenta o Paraguai, um adversário, que outrora, não seria motivo de preocupação, mas hoje é.

Isso mesmo. É dia de decisão. Se o Brasil vencer e a Venezuela, pasmem, a Venezuela, for derrotada pelo Uruguai, em jogo em Montevidéu, estará garantido na próxima Copa do Mundo, que vai acontecer ano que vem, no Canadá, nos EUA e no México.

A situação do nosso futebol é ridícula. Uma Seleção sem estrelas, sem jogadores decisivos, sem futebol. E pior, se conseguir a classificação, não será nem em primeiro lugar, como estávamos acostumados, brigando sempre na ponta. A Argentina está longe, com 34 pontos, e já assegurou o primeiro lugar das Eliminatórias Sul-Americanas para o Mundial de 2026. Nós estamos em quarto, com 22 pontos, dois atrás do Paraguai e do Equador. E apenas um à frente de Uruguai e Colômbia. Os seis primeiros vão para a Copa. E a Venezuela está a quatro pontos do Brasil e a três dos uruguaios e colombianos.

A consequência disso, dessa situação, é que foram buscar um treinador lá fora, um italiano, que fez sucesso no futebol espanhol. Nem treinador temos mais. Será?

Pois é. Carlo Ancelotti, o treinador que veio de fora, chega para resolver. Mas será que vai conseguir?

Tenho minhas dúvidas. Como poderá montar um time sem cérebro. Corpo algum funciona sem cérebro. E o corpo atual do futebol brasileiro não tem cérebro. Temos um futebol descerebrado.

Terminado o jogo contra o Equador, o treinador festejou que a defesa tinha funcionado. Também, pudera. Tem quatro zagueiros, mais dois volantes que são mais defensores que qualquer outra coisa.

O time foi mal no ataque, segundo ele. Mas é claro. Quem vai armar o ataque? Não temos esse jogador e, sem ele, não vai aparecer ninguém para desequilibrar na frente.

O atacante não recebe a bola nos pés. Tem de correr atrás dela, depois de cada chutão que vai em sua direção. Quando alguém chega na linha de fundo, não sabe cruzar. Manda de qualquer jeito pra dentro da área.

Mas de quem é a culpa? Com certeza, falo sem medo de errar, dos dirigentes dos nossos clubes. Eles são os responsáveis pela formação do atleta. Mas não fazem mais esse trabalho.

Estão preocupados com resultados, não com a formação de uma equipe para o futuro. Não entendem que não terão, nunca mais, um time, a menos que saiam comprando a rodo.

Ou se trabalha a formação ou nunca mais o Brasil vai festejar um título, e talvez, no futuro, nem estejamos na Copa. Já pensou assistir, de longe, sem ter para quem torcer?

Não será um treinador que vem de longe, que tem pouca afinidade com o futebol brasileiro, que vai resolver isso. Ou ele é um santo milagreiro e a gente não sabe disso?

Hoje, vou torcer feito um louco para a nossa Seleção. Mas o temor é grande. Se o Brasil não vencer hoje, ainda terá duas chances, pois enfrentará duas seleções ainda mais fracas, Chile, o lanterna, e a Bolívia, antepenúltima na classificação.

Que Deus nos ajude!

 

As opiniões expressas neste texto são de responsabilidade exclusiva do(a) autor(a) e não refletem, necessariamente, o posicionamento e a visão do Estado de Minas sobre o tema.

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