Taylor Schabusiness, moradora de Wisconsin,  nos Estados Unidos, chocou o mundo em 2022 ao ass e esquartejar ex-namorado, Shad Thyrion. Ela foi condenada à prisão perpétua em 2023. Agora, ela voltou ao tribunal por ser acusada de agredir uma sargento na Penitenciária de Taycheedah, em que está presa. 

Antes do crime, Taylor era casada com outro rapaz, desde 2017. Com ele, teve um filho. O homem foi preso por tráfico de drogas e a criança foi morar com parentes no Texas. Enquanto o marido estava preso, Taylor mergulhou no consumo de drogas pesadas e se envolveu em um relacionamento com seu ex, Shad Thyrion — um jovem descrito por amigos e familiares como gentil, caseiro e com espírito aventureiro.

No dia 21 de fevereiro de 2022, Taylor buscou Shad na casa onde ele morava com a mãe, Tara Pakanich, e os dois foram a uma festa. No dia seguinte, Tara não viu o filho, mas presumiu que ele estivesse com Taylor, pois o carro dela ainda estava estacionado do lado de fora.

Na madrugada do dia 23, Tara ouviu barulhos e resolveu checar o porão, onde o filho costumava dormir. Ao descer as escadas, fez uma descoberta aterrorizante: dentro de um balde coberto por uma toalha estava a cabeça de Shad, junto com seu pênis decepado.

A polícia foi acionada às 3h da manhã e encontrou, além do balde, diversas partes do corpo de Shad espalhadas pela casa, incluindo o torso dentro de uma bolsa plástica com um dos pés e uma faca de cozinha. A cena do crime indicava que o assassinato e o esquartejamento haviam ocorrido ali mesmo.

Confissão perturbadora

Taylor foi localizada no próprio carro, onde foram encontrados outros restos mortais de Shad. Suja de sangue e com ferimentos na mão causados por faca, ela foi presa e levada para interrogatório.

Inicialmente, afirmou ter "apagado" após usar drogas. Depois, fez uma confissão chocante: relatou que os dois fumaram maconha, usaram metanfetamina e injetaram Trazodona, um sedativo. No porão, durante uma relação sexual, Taylor colocou uma corrente no pescoço de Shad e começou a apertar — algo que o casal já havia praticado antes como parte de um jogo sexual.

Dessa vez, no entanto, ela estrangulou Shad até a morte. “Eu gostei”, disse aos investigadores. “Vocês sabem como é amar tanto algo que acaba matando?”, questionou em seguida. Após o assassinato, Taylor abusou sexualmente do corpo, utilizou brinquedos sexuais e, apenas no dia seguinte, começou a esquartejá-lo com facas encontradas na casa, dizendo que uma faca de pão era a mais eficiente.

Ela demonstrou frieza ao narrar os detalhes. “Droga, a cabeça. Não acredito que deixei a cabeça”, detalhou. Aos risos, ela disse que a polícia teria “trabalho para encontrar todos os órgãos”.

Julgamento e condenação

A defesa alegou insanidade, citando uma história de traumas, abuso de drogas, a morte precoce da mãe e a prisão do pai por abuso sexual de menores. No entanto, a Justiça considerou que Taylor era mentalmente capaz de responder por seus atos. Em um dos julgamentos, ela chegou a agredir seu próprio advogado.

A história de Sharon Tate, uma atriz promissora, e das outras vítimas é um lembrete trágico dos danos que cultos como o de Manson podem causar e dos horrores que o fanatismo pode gerar. Divulgação
Leslie foi liberada em uma cidade próxima de Los Angeles e encaminhada para um alojamento provisório, uma instituição de reabilitação, onde reaprendeu tarefas básicas como dirigir, fazer compras em um supermercado e usar um cartão de débito. reprodução globonews
Ela se encontrava presa na Califórnia por seu envolvimento em dois homicídios. O Departamento de Correções e Reabilitação da Califórnia emitiu uma declaração informando que Van Houten "foi liberada para supervisão de liberdade condicional". reprodução tv globo
Já Leslie Van Houten, uma das seguidoras de Manson, deixou a prisão em julho de 2023. Foram mais de 50 anos de cadeia para ela, que tem 75 anos atualmente. reprodução youtube
Manson morreu na prisão em 2017, mas seu nome e os horrores que ele e seus seguidores causaram continuam sendo uma lembrança sombria da capacidade humana para o mal quando combinada com ideologias distorcidas e manipulação. domínio público
O caso de Manson foi um marco na história criminal dos Estados Unidos e trouxe à tona os perigos do extremismo e da manipulação psicológica. wikimedia commons Tony Webster
Seus seguidores, como Leslie Van Houten, Tex Watson e Susan Atkins, também foram sentenciados à prisão perpétua por sua participação ativa nos assassinatos. domínio público
No entanto, a sentença foi alterada para prisão perpétua após a moratória à pena de morte na Califórnia. Manson, que havia se tornado uma figura cultuada por seus seguidores, foi condenado por incitar os assassinatos, mesmo sem ter fisicamente cometido os crimes. domínio público
O caso foi investigado com grande repercussão midiática. Manson e seus seguidores foram julgados e, inicialmente, condenados à morte. reprodução globonews
Os LaBianca foram amarrados pelo próprio Manson, mas as facadas foram dadas por seus seguidores. Manson queria criar um cenário de caos e violência para colocar em prática sua visão apocalíptica e, ao mesmo tempo, fazer com que os crimes parecessem ser cometidos por afro-americanos. domínio público
O assassinato de Sharon Tate e amigos não foi o único crime cometido pela seita. No dia seguinte, Leno e Rosemary LaBianca também foram assassinados com 41 facadas, em uma tentativa de continuar com o plano de Manson. domínio público
Este crime, aliás, serviu de inspiração para o filme "Era uma vez em Hollywood" (2019), do diretor Quentin Tarantino. O longa, porém, reconstruiu a história de maneira ficcional, alterando inclusive o desfecho do caso. Brad Pitt (foto) e Leonardo DiCaprio estrelam o filme.
Manson controlava suas seguidoras com promessas de sobrevivência durante a guerra racial que ele acreditava estar por vir. reprodução globonews
O rancho, de propriedade de um homem idoso, George Spahn, foi o cenário de muitas das pregações e práticas de Manson, que envolviam drogas como LSD e orgias, além de ensinamentos de caráter messiânico e distorcido.
Os responsáveis pelas mortes eram jovens seguidores de Manson, entre eles Tex Watson, Susan Atkins, Patricia Krenwinkel e Leslie Van Houten (foto). Eles eram parte de uma seita maior, com mais de 100 membros, que viviam em um rancho nos arredores de Los Angeles. reprodução tv globo
Ele usou a música dos Beatles, de 1968 (do "Álbum Branco"), para justificar sua visão apocalíptica, manipulando psicologicamente seus seguidores. Para Manson, matar os inocentes era uma maneira de incitar esse caos, e ele acreditava que, ao fazer isso, poderia ascender ao poder. reprodução globonews
O líder da seita, Charles Manson, convenceu seus seguidores de que ele era uma figura messiânica e pregava uma teoria distorcida sobre uma guerra racial iminente. Manson acreditava que os assassinatos iriam desencadear um conflito entre brancos e negros, o que ele chamou de "Helter Skelter", nome de uma música famosa dos Beatles.
Todos foram brutalmente espancados, esfaqueados e baleados, com o sangue das vítimas usado para escrever palavras como "Pig" (porco) e "Helter Skelter (sem tradução exata)" nas paredes da casa. California Department of Corrections and Rehabilitation - Wikimédia Commons
Os assassinatos foram cometidos na casa de Sharon, localizada na Cielo Drive, e ficaram conhecidos como os Assassinatos Tate-LaBianca. Além de Sharon, perderam a vida naquela noite o cabeleireiro Jay Sebring, o roteirista Wojciech Frykowski, a milionária Abigail Folger e o vigia Steven Parent, que estavam na residência de Tate. reprodução globonews
Na madrugada de 9 de agosto de 1969, o assassinato brutal da atriz e modelo Sharon Tate e de outras quatro pessoas abalou Hollywood e o mundo. Tate, que estava grávida de oito meses, foi morta a facadas por membros de uma seita criminosa liderada por Charles Manson. domínio público/wikimedia commons

A promotoria apresentou evidências do planejamento do crime, incluindo buscas no celular sobre o assassino em série Jeffrey Dahmer, também de Wisconsin — por quem Taylor dizia ter uma “fascinação”. Imagens de Dahmer estavam salvas em seu telefone.

Em julho de 2023, Taylor Schabusiness foi condenada por homicídio qualificado, abuso sexual de cadáver e mutilação de corpo. Dois meses depois, recebeu a sentença: prisão perpétua sem possibilidade de liberdade condicional, mais 10 anos e meio pelas outras acusações.

Durante o julgamento, usava um capuz de contenção usado para impedir cuspes ou mordidas — e chegou a sorrir em alguns momentos. Durante o julgamento, Taylor chegou a agredir o próprio advogado, Quinn Warren. 

O ataque aconteceu quando ela, subitamente, se levantou e partiu para cima dele, puxando-o pelos cabelos e o derrubando no chão. A cena foi registrada em vídeo e repercutiu em diversos veículos da mídia norte-americana.

Depois do episódio, Warren foi substituído por outro advogado no caso de defesa criminal. A agressividade constante de Schabusiness com seus próprios representantes legais acabou se tornando um dos fatores considerados para manter vigilância e contenção rígidas durante suas aparições no tribunal.

Novas acusações na prisão

Mesmo após a condenação, Schabusiness continua gerando manchetes. A assassina foi acusada de agredir uma sargento na Penitenciária de Taycheedah, em julho de 2024. Segundo registros do tribunal, durante um atendimento médico, ela tentou atacar uma enfermeira. A sargento interveio e foi agredida com uma pequena mesa de metal. Após a luta, Schabusiness foi contida com spray de pimenta, e a sargento precisou de atendimento hospitalar.

Ela será julgada por essa nova acusação entre os dias 27 e 29 de outubro deste ano. Durante uma audiência preliminar, realiza nesta semana, sete policiais precisaram levá-la ao tribunal em uma maca. O juiz advertiu para que ela não repetisse seus os de fúria — como já havia ocorrido em abril, quando atacou o advogado de defesa designado para o novo caso.

O mesmo advogado informou à Justiça que não encontrou fundamentos para apelar da condenação anterior. O Tribunal de Apelações de Wisconsin determinou que, se quiser recorrer, Schabusiness deverá fazê-lo sozinha ou contratar um novo defensor.

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Na última movimentação do caso, a ré entrou com um pedido para que não use algemas ou outras restrições durante as audiências do novo julgamento.

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